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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Alimentos transgênicos resistem a pragas e podem ser mais nutritivos


Especialista da Embrapa, Francisco Aragão garante que modificações genéticas não oferecem risco nem à população nem ao meio ambiente

A palavra “transgênico” é presença constante nos meios de comunicação já há algum tempo, geralmente associada a alimentos. Geneticamente modificados, vegetais para o consumo da população têm se tornado resistentes a pragas, a herbicidas e a ambientes secos, o que possibilitou o aumento da produção. É o caso da maior parte da soja e do milho que se consome no mundo. Tal tecnologia não seria possível sem a descoberta do DNA, tema do Globo Ciência desta semana.“O organismo transgênico é aquele que contém genes de outros organismos”, explica o pesquisador da Empresa Brasileira de Tecnologia Agropecuária (Embrapa) Francisco Aragão. Isso quer dizer que para se criar um alimento transgênico é preciso ligar um fragmento de DNA de um organismo ao fragmento de DNA de um outro organismo.

Na agricultura, a tecnologia genética tem sido comumente aplicada para aumentar a resistência de plantas, principalmente em relação a agrotóxicos e a insetos. Uma lavoura menos sensível às pragas e aos inseticidas se reflete em uma diminuição do trabalho, uma menor compactação do solo e, ao fim, em uma redução nos custos.

Esta aplicação é a que sensibiliza mais os produtores, porque aumenta a produção e os lucros. Mas não é a única. É possível também aumentar o valor nutricional de alimentos. Nos Estados Unidos, já está aprovada uma soja modificada com menos óleos insaturados. Outro bom exemplo, ainda fora do mercado, vem da China: o golden rice, um arroz enriquecido com vitamina A, pretende combater a cegueira, resultante da falta desta vitamina em países da Ásia.

Setores da sociedade questionam a segurança da modificação genética dos alimentos. O pesquisador da Embrapa, no entanto, garante que os transgênicos não oferecem qualquer perigo. “(Os alimentos) Já foram testados o suficiente para dizer que são seguros para o meio ambiente, para a saúde humana e animal. Todos eles passaram por um protocolo de análises, que é longo, não dura menos do que sete ou oito anos. No Brasil, depois da liberação comercial, ainda há um monitoramento por cinco anos.”

Apesar de a discussão em torno dos transgênicos ter como foco principal a produção de alimentos, a engenharia genética – chamada à época de tecnologia do DNA recombinante – começou os trabalhos com a produção da insulina humana por meio de uma bactéria. “Os diabéticos do mundo inteiro usam insulina recombinante. Foi o primeiro produto transgênico a chegar ao mercado”, afirma Aragão.

A regulação dos transgênicos é feita pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia responsável por autorizar os experimentos, as instituições (apenas pessoas jurídicas podem realizar as pesquisas) que vão trabalhar com as modificações genéticas, o que pode ser feito e em que condições.

Fonte: Globo Ciência
Revisão: Mailson e Rhaycard
Edição: Daniel e Mailson 

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