Série Enem: certificando sonhos

Desde 2009, quem não terminou a Educação Básica no tempo regular pode usar a nota do Exame para conseguir a certificação do Ensino Médio

SÃO LUÍS - Escolas que ficavam distantes da residência, vagas restritas na rede pública, necessidade de trabalho para sustento da família e por aí vai. Os motivos são diversos, impossibilitando os estudantes de conciliar a experiência escolar com outras necessidades. Eis que surge então uma solução: desde 2009, quando o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi reformulado, quem não terminou a Educação Básica no tempo regular pode usar a nota do Exame para conseguir a certificação de conclusão do Ensino Médio. 

SiSU como possibilidade de conquistar uma vaga 

Exame Nacional do Ensino Médio como chave para diversas portas 

Para obtenção do certificado, o candidato deve ter 18 anos ou mais na data de realização do Enem, ter atingido pelo menos 400 pontos em cada uma das áreas de conhecimento e o mínimo de 500 pontos na redação. O pedido de certificação deve ser feito na página eletrônica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), que garante que 344 instituições estão aptas a emitir a certificação, entre institutos federais e secretarias estaduais de Educação. 

Entre os 5,3 milhões de estudantes inscritos na edição de 2011 do Enem, 545.798, ou quase 10% do total, afirmaram na inscrição que pretendem usar o resultado das provas para obter o certificado do Ensino Médio. Desde a edição de 2009 do Exame, 180.483 pessoas conseguiram a certificação em todo o Brasil, o que ressalta a importância desse mecanismo para quem não está na faixa de atendimento da educação escolar. 

Alceu Santana de 51 anos, por exemplo, estudou até a 7ª série do Ensino Fundamental, quando o pai sofreu um acidente e foi aposentado por invalidez, obrigando-o a trabalhar desde muito novo. Em uma família com sete irmãos e pouquíssimo dinheiro pra arcar com as despesas básicas da casa, não havia como comprar material ou uniforme para estudar, o que levou ao abandono escolar. Aos 31 anos, Alceu começou um supletivo, mas não conseguiu acompanhar as aulas por causa das horas extras que precisava fazer no trabalho. Quando o filho dele de 13 anos o incentivou a voltar a estudar, ele fez as provas do Enem e superou todas as notas de corte exigidas para a certificação, conseguindo 725 pontos na redação, nota muito acima do mínimo necessário (500). 

Você conhece alguém com uma história similar a do Alceu? Então, conte pra gente enviando um e-mail para ascom@ufma.br.


Fonte: UFMA Campus Bacanga